sexta-feira, 18 de março de 2011

CEARÁ-MIRIM eo seu Teatro na década de 60.


Parece pouco provável que se possa fixar a data em que se iniciaram, em Ceará-Mirim, as representações teatrais.

Porém, vamos falar da movimentação teatral nos anos 1960. Fundamos juntamente com Diocleciano Cid, o Teatro de Estudantes de Ceará-Mirim formado por amadores.

Partimos para montar um grande espetáculo teatral. A peça escolhida foi o original de autoria do renomado autor Amaral Gurgel, intitulada “A trágica noite de Natal ou “Os Transviados”. Um drama muito forte em três atos. Passamos mais de um mês ensaiando todos os dias. Neste ano estava sendo diplomada a primeira turma da Escola Técnica do Comércio, para a qual foi destinada a renda do espetáculo.

Apresentamos por três noites seguidas e as dependências do Centro Social leci Câmara, literalmente lotadas. A montagem da peça obedeceu rigorosamente o que exigia o texto ou seja, cenário montado em gabinete fechado, haviam dois cenários,: uma sala de residência e uma sala montada pata o Tribunal do Júri, com todos os jurados, o juiz, os advogados, escrivão e policial.

Vale salientar a grande interpretação, quase perfeita, do saudoso Fernando Barros, no papel de advogado de acusação. O grande talento de Diocleciano Cid, no papel de réu; as interpretações perfeitas de Nininha, Lourdinha e completando o elenco principal da peça, o autor deste artigo, que dirigiu o espetáculo e fez o papel de advogado de defesa e irmão do réu.

O final da peça foi grandioso, o réu foi absolvido, e, em seguida, ao chegar em casa, veio a morrer nos braços de sua Mãe, na presença de outros familiares. A emoção tomou conta da seleta platéia, as pessoas aplaudiam de pé, gratificando assim, todos os artistas que também emocionados choravam e riam ao mesmo tempo.

Participaram do elenco da peça, todos os concluintes da Escola Técnica de Comércio,Wilimam Ferreira, Manoel Barbosa, Mário Pinheiro, Segundo Lima, Crisanto Varela, e outros. Participaram também do elenco de apoio, Severino Xavier e Diocleciano Cid.

Depois so sucesso vieram outros grupos: teatro Unidos Meira pires, Grupo Cênico Monsenhor Celso Cicco. Vieram daí grandes apresentações como: “Eles não usam Blach-tie”, “A Face do Senhor””, “O Santo e a Porca” e “Chico Vaqueiro” de minha autoria.

Seria uma injustiça se não fosse citados aqui todos os que fizeram teatro, com muito amor e dedicação, muitas vezes até fugindo de suas limitações. Diocleciano Cid, Manoel Ferreira, Joaquim Nunes, Antonio de Jesus, Valdir Machado, Guilherme Queiroz, Fernando Barros, Severino Xavier, Raimundo Cavalcanti, Lourdinha, Nininha, paizinha, Izabel, Margarida de Castro, Nadege Barros, Creuza Campos, Francisca, Marli, Wilimam, Josemar. Peço desculpas se alguém não foi citado, pois foram tantos que a memória pode ter esquecido.

Quero para finalizar este artigo, fazer justiça a um homem que ajudou ao teatro municipal, o professor João de Castro. A ele nossa homenagem maior.

Jadson Queiroz é Autor, Ator, Teatrólogo, Compositor e Poeta.

2 comentários:

  1. Um belo resgate de um tempo que ficou para sempre no nosso coração

    Parabens Jadson !

    com minha estima
    Nininha Bezerra

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  2. Obrigada Nininha pelo comentário.
    Realmente, essa lembrança não se apagará
    jamais! Valeu o nosso esfôrço para a montagem desse espetáculo! Um forte abraço e a minha admiração.

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