segunda-feira, 30 de maio de 2011

FIGURAS INESQUECIVEIS DO CEARÁ-MIRIM - PROF. JOSÉ TITO JR.



JOSÉ TITO JÚNIOR

             José Tito Júnior nasceu no dia 14 de agosto de 1925, na cidade de Angicos, Estado do Rio Grande do Norte.
             Filho de José Tito Filho e Ana do Carmo Tito, ele comerciante e agricultor e ela do lar. José Tito é o segundo filho do casal. São seus irmãos, Maria Cremilda de Souza, Jaime Seguier de Souza, Elza Tito de Souza e Tácito Tito de Souza.
             José Tito fez seus primeiros estudos em uma escola particular e o primário no Grupo Escolar José Rufino. Passou sua infância na cidade de Angicos.
             Em 1938 foi encaminhado para o Seminário Diocesano de Santa Terezinha em Mossoró/RN, pelo então vigário Padre Manoel Tavares de Araújo, depois Bispo de Caicó. No Seminário faz o curso de Admissão e o Ginásio, tendo como professor o então Bispo de Mossoró, Dom Jaime de Barros Câmara, depois Cardeal do Rio de Janeiro.
             Em 1942, ao deixar o Seminário regressou à sua cidade natal, passando a ajudar seus pais no comércio e agricultura até o ano de 1944.
             Seu primeiro emprego foi como chefe de Almoxarifado da Usina de Beneficiamento de Algodão e Indústria de Óleo, na Vila de Fernando Pedroza, hoje cidade.
             Em julho de 1946 foi nomeado para o Departamento de Correios e Telégrafos, ocupando a função de Auxiliar de Tráfego Telegráfico.
             Como educador contribuiu bastante para o ensino e educação de crianças e jovens do município de Ceará-Mirim, chegando ao auge, com a fundação de um estabelecimento de ensino primário “EXTERNATO SÃO JOSÉ”, dentro de sua própria residência, utilizando três salas, conseguindo carteiras em regime de empréstimo, pela então Diretora do Ginásio Santa Águeda, Madre Maria Natália, irmã franciscana do Bom Conselho.
             Teve inúmeros alunos, hoje homens formados exercendo funções representativas em nossa sociedade, dentre os quais enumeraremos: Dr. Gotardo Fonseca (médico); Dr. Pedro Simões (advogado); Dr. Pedro Avelino (advogado) e, seu filo, Dr. Ramilson Pereira Tito (médico), além de outros jovens de cearamirinenses.
             Fundador, Diretor e Professor do educandário Madalena Antunes Pereira, em 1968, hoje Escola Municipal Madalena Antunes Pereira.
             Em abril de 1976 foi transferido da Agência de Correios de Ceará-Mirim para a Agência Postal da Cidade Alta em natal/RN, sendo nomeado Gerente da Agência. Em 1979 foi nomeado Chefe do Setor de Entregas Especiais Domiciliar até sua aposentadoria pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em janeiro de 1980.
             Em 14 de agosto de 1995, na passagem das comemorações dos seus 70 anos, Fo homenageado pelo corpo docente e discente da Escola Municipal madalena Antunes Pereira, por ocasião da abertura dos jogos internos da citada Escola, no Ginásio Aderson Eloy.
             Duas semanas depois voltou á referida Escola, quando emocionado, perante professores e alunos, externou a sua gratidão, pronunciando as seguintes palavras:
             “Primeiro  de que tudo quero iniciar as minhas palavras, agradecendo a Deus e a Nossa Senhora da Conceição que ao completar 70 anos de vida, poder voltar ao Ceará-Mirim, para receber tão grande e significativa homenagem.
             Sinto-me por demais emocionado ao contemplar estes jovens estudantes da Escola Municipal Madalena Antunes Pereira, que fundei em 1968, com o nome de Educandário Madalena Pereira, hoje com uma matrícula de mais de 900 alunos.
             Venho aqui a cidade de Ceará-Mirim, cidade dos verdes canaviais, assistir a abertura dos jogos internos da escola municipal, antigo educandário e ser homenageado como seu fundador.
             Vim ver, depois de quase vinte e sete anos a árvore que aqui plantei, com todo amor, com todo carinho, com muita dificuldade e sacrifício. Estou muito feliz, pois a semente desta árvore que aqui plantei caiu em terreno fértil, nasceu, cresceu e está dando bons frutos.
             Estou por demais feliz, porém as glórias, as honras e as homenagens que hoje estou recebendo como seu fundador em 1968, não pertencem só a minha pessoa; para alcançar o sucesso, contei com a colaboração, o apoio, a ajuda e a boa vontade dos professores, da minha esposa, dos meus filhos e especialmente da professora Janete Medeiros e do professore Guilherme Marinho, que muito me ajudaram e aos quais entreguei o futuro do Educandário, hoje Escola Municipal. Em 1975 assumiram e deram conta, transformando em um grande estabelecimento de ensino.
             O caminho percorrido não foi fácil, porém o esforço, o sacrifício foram compensados. Tivemos falhas, fomos criticados por uns, por outros elogiados.
             Sabemos que grande parte das eficiência de qualquer organização técnica ou administrativa, depende da competência e da responsabilidade dos elementos que a dirige, porém, além da competência, torna-se necessário que conte com a ajuda de uma grande equipe, e que esta, esteja imbuída de uma sábia mentalidade e uma elevada compreensão do papel que cada um desempenha, dentro da sociedade em que vive.
             Tudo na vida o tempo consome na sua marcha implacável. Fixar o momento belo que existiu, que se viveu, eis o instante que a sensibilidade nos favorece para deleite nosso.
             Confesso que nos 25 anos que morei em Ceará-Mirim, vivi momentos difíceis, vivi momentos de indescritíveis emoções e de muitas alegrias, porém, nunca um momento de tão grande emoção como a que estou vivendo hoje.
             Aprendi no Ceará-Mirim, e o Madalena Antunes me ensinou, que a felicidade consiste em ser bom e fazer o bem.
             Quando organizei os estatutos do antigo Educandário, hoje escola municipal; quando abri as portas para receber as crianças, os jovens e por que não dizer adultos para estudarem, para venceram na vida, não foi visando enriquecer ou explorá-los, como muitos naquela época pensaram.
             Não, eles se enganaram. Fiz sim, pensando em educar sem discriminação. Fiz sim, como pai pobre para ajudar a educar os filhos dos menos favorecidos. Fiz sim, para ajudar aos pais que como eu não eram senhores de engenho, nem usineiros, nem comerciantes abastados. Fiz sim, para ajudar aos pais funcionários públicos, donos de mercearia, pescadores e pequenos proprietários, a educar os filhos.
             O Educandário Madalena Antunes Pereira foi criado para servir ao povo humilde, ao povo simples do Ceará-Mirim.
             Quero agradecer a todos os que fazem esta escola, ao corpo docente e discente.
             Agradeço de coração, em nome de toda minha família. Nunca pensei em toda minha vida, ser alvo de tão grande e significativa homenagem.

Nota do Blugueiro:  Tive a honra de ter estudado com o Prof. José Tito, na década 50.  

Artigo publicado no blog de GIBSON MACHADO em 14.03.2009.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

GIBSON E AS RENDEIRAS DE JACUMÃ

RENDEIRAS DE JACUMÃ


Gibson  entregando a revista Preá sobre Ceará-Mirim em que saiu reportagem sobre as rendeiras.

RENDEIRAS DE JACUMÃ - tradição das praias de Ceará-Mirim. Arte transmitida de geração a geração. As rendas produzidas em Muriu e jacumã, no passado, sustentavam as famílias das artesãs. Elas voltaram à atividade em 2003 e, atualmente, as mais velhas, se encantaram, restam apenas sete artesãs produzindo renda. É uma preocupação porque não há incentivo para atrair as mais jovens no sentido de aprender as técnicas.
É emocionante o depoimento de Marta quando diz que ama aquele ofício e fica muito triste porque tem certeza que a renda se acabará em nossas praias uma vez que elas não poderão repassar sua sabedoria às novas gerações. Marta além de confeccionar a renda, cria todos os desenhos... É uma artesã completa. É importante o poder público olhar com carinho para as rendeiras de Jacumã. Vamos pensar em incentivos para a Associação e, assim, elas possam ensinar as jovens da comunidade.
Por que não associar as rendeiras de Jacumã à produção artística do saudoso Mestre Etevaldo? As rendeiras de cerâmica do Mestre correram o mundo. Ele foi premiado com suas rendeiras em todas as feiras de artesanato que participou. Vamos fazer o marketing cultural do município com as rendeiras, assim, como o galo de São Gonçalo, o Cristo Redentor no RJ, O Laçador Gaúcho no RS.
Temos o privilégio de ter várias manifestações populares para escolher como marca de nossa cultura: Cabocolinhos (patrimônio vivo do RN). Mestre Tião (patrimônio vivo do RN), as rendeiras, a obra de Mestre Santana, entre outras. Porém, na minha humilde opinião, as rendeiras de mestre Etevaldo seria a principal delas. Os filhos do mestre, Edvonaldo e Edvaldo, continuam a produção das rendeiras herdadas pelo pai.
No restaurante Naf Naf há uma loja de artesanato e os produtos expostos são oriundos de outros estados do Nordeste. Por que não há obras de nosso Santana e dos meninos de Mestre Etevaldo lá??? Ambos, Santana e Etevaldo estão entre os mais importantes do Estado do RN. Santana inclusive representará Ceará-Mirim e o RN em São Paulo no mês de julho. Fica o questionamento para reflexão.
Quem se interessar em conhecer a Associação das Rendeiras de Jacumã, ela está instalada na Praia de Jacumã. A comercialização das rendas é feita no Restaurante Naf Naf do empresário Jessé que gentilmente cedeu um espaço para onde as rendeiras vendem e confeccionam para os turistas que lá frequentam diariamente. Valeu Jessé, são atitudes como esta que precisamos seguir para fortalecer e preservar nossas tradições culturais.
Fonte:  CEARÁ-MIRIM CULTURA &  ARTES

A NOVA ESTRELA DA EDUCAÇÃO

 

O Rio Grande do Norte tem uma nova estrela e o seu nome brilha na mídia impulsionado por essa força extraordinária das ditas redes sociais. Falo, claro, da professora Amanda Gurgel. O seu pronunciamento feito na Assembleia Legislativa, num audiência pública sobre os problemas da Educação no Estado, foi (continua) mostrado num vídeo difundido no Youtube e no Twitter e, por sua vez reproduzido, milhares de vezes, em saites, blogues e coisas que tais, do país inteiro. Com o mesmo destaque vemos em chamadas de capa em todas as edições onlaine dos principais jornais do país.

Eu mesmo já ouvi a fala de Amanda Gurgel várias vezes. Em todas elas a emoção transborda em mim. Só na noite de quarta-feira foram cinco vezes rodando o vídeo. Na manhã de quinta, mais três, duas delas na companhia de Julinha, a neta de quatro anos vidrada em computador. Sentada na cadeira ao lado, Julinha batia palmas todas às vezes que ouvia e via a pequena plateia aplaudir as palavras da professora Amanda. A emoção do avô foi do mesmo tamanho da emoção do cidadão, no caso mais forte do que a da repórter, comedida. Não me lembro, nestes meus quase 60 anos de jomalismo ter anotado no recinto da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, um discurso tão carregado de verdade e de coragem cívica quanto este da professora Amanda.

Poucos neste país retrataram com tanto realismo o descaso com que o Governo (seja federal, estadual ou municipal) trata o problema da Educação. Impressionante a coragem e a naturalidade - a espontaneidade - de Amanda diante de alguns deputados presentes e da secretária de Educação do Estado. Falou de improviso, fez a sua denúncia e exibiu para todos o contra-cheque de 930 reais, o seu salário mensal. Olhando nos olhos dos senhores deputados, disse: “Com esse salário, os senhores não conseguiriam nem pagar a indumentária que usam para estar aqui”. Silêncio, no semblante de cada um dos representantes do povo um traço de constrangimento. “Eu sou realmente uma professora que pega três ônibus todos os dias para ir ao trabalho e não acho isso bonito. Eu não acho isso interessante. Eu acho que essa é uma situação de opressão”, disse Amanda ao repórter Isaac Lira, da Tribuna do Norte, para uma entrevista que foi publicada quinta-feira, 19, nove dias depois de seu pronunciamento na Assembleia Legislativa.

Outra coisa que chama atenção nessa história da professora Amanda Gurgel. A sua participação da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa não mereceu nenhum registro na imprensa local. Nem nos jornais impressos, nem nas colunas políticas, nem na televisão, nem nos blogues. Nem nos rilizes oficiais da própria Assembleia, promotora do debate. A notícia só chegou às redações locais, oito dias depois por conta da explosão provocada pela divulgação do vídeo no Youtube. A imprensa local ficou engolindo mosca esse tempo todo. Não procurou ouvir sequer a opinião dos deputados sobre a denúncia grave da professora.

Tem outro detalhe que “descobri” vendo o rosto jovem e bonito da professora Amanda, sua voz firme, corajosa, clara, fazendo didaticamente uma denúncia grave, o brilho de seus olhos, os cabelos cacheados caindo pelos ombros. Vi e revi essa imagem várias vezes nas repetições do vídeo, conferi na reportagem da Tribuna do Norte e na entrevista que ela deu para TV Cabugi. Vi no rosto da professora Amanda Gurgel semelhança forte com o rosto de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Mais nitidamente forte ainda na comparação dos cachos, no jeito dos cabelos. Nisia Floresta, nascida Dionísia Gonçalves Pinto, naqueles tabuleiros de Papari, a poeta, a escritora, a feminista, a educadora, a rebelde, a revolucionária de A lágrima de um Caeté.

Liguei para um velho amigo, poeta, kardecista de muita fé, e também catequista que às vezes usa do púlpito para socorrer amigos sonâmbulos de crenças. Disse-Ihe dessa minha imaginação entre a professora Amanda Gurgel e a escritora Nísia Floresta, ambas educadoras, a semelhança física entre as duas que eu constatara comparando suas fotografias, os mesmos cabelos cacheados das duas mulheres rebeldes, corajosas, o jeito que elas usaram - Nísia no seu tempo, há 150 anos, e Amanda, agora, no tempo presente - para defender a causa da Educação. O amigo riu, o riso tranquilo dos que sabem das coisas, mesmo no trato com incréus, uns tantos e outros meio ‘ímpios, e disse: “Nós todos somos encarnações e reencarnações. Nísia pode ter voltado”. E antes de desligar o telefone, perguntou sobre a sangria do Açude Gargalheira e recomendou que eu relesse Opúsculo Humanitário.

Trata-se de um livro de Nísia Floresta, cuja segunda edição (a primeira é de 1853, Rio de Janeiro, Typographia de M.A.Silvia Lima) foi publicada em 1989 pela Fundação José Augusto, quando eu andei por lá, numa parceria com a Cortez Editora, de São Paulo. O livro reúne artigos que Nísia publicou em jornais do Rio de Janeiro. A edição tem uma introdução e notas de Peggy Sharpe-Valadares, professora e escritora norte-americana, com posfácio de Constância Lima Duarte, escritora e professora mineira, a mais importante biógrafa de Nísia Floresta:

- As mulheres romanas assinalaram-se por heróicas virtudes, de que as mulheres modernas não têm dado ainda, como elas, exemplos. Porém, déspotas tais como os romanos não podiam compreender e ministrar à mulher a educação que convém. Os déspotas querem escravos que se submetam humilde e cegamente à execução de suas vontades, e não a inteligência que se opunham a elas e ensinem aos povos a sacudir o seu jogo. Fácil Ihes foi, pois, deixaram na ignorância essa parte da humanidade a quem Deus sem sua paternal previdência aquinhoou de maior porção de bondade doçura

- Quanto mais ignorante é um povo tanto mais fácil é a um governo absoluto exercer sobre ele o se ilimitado poder. É partindo deste principio, tão contrário à marcha progressiva da civilização, que a maior parte dos homens se opõe a que se facilite à mulher os meios de cultivar o seu espírito. Porém, é este um erro que foi e será sempre funesto à prosperidade das nações, como à ventura doméstica do homem.

- A falta de uma boa educação é a causa capital que contribui para que a mulher, no meio da corrupção da sociedade, perca esse norte, o qual não é outro mais que a moral.

No último relatório do ministro do Império, dando conta, ‘à Assembleia Geral, da comissão de que fora encarregado às províncias do Norte o nosso distinto poeta Gonçalves Dias, achamos uma prova do que acabamos de expender: “A desarmonia em que se acham as disposições legislativas de cada província, relativas a tão importantíssimo objeto, a deficiência do método de ensino das matérias, a multiplicidade e má escolha de livros para uso das escolas, o programa de estudos nos estabelecimentos literários, a insuficiente inspecção em alguns lugares e a quase nenhuma em outros, e, finalmente, a pouca frequência e assiduidade dos alunos, são outras tantas causas desse estado tão pouco próspero (...). De tudo isso resulta a necessidade de uma reforma radical na instrução pública, dando-lhe um centro de unidade e de ação que a torne uniforme por toda a parte, e vá gradualmente extirpando os vícios e defeitos que têm até obstado ao seu progresso e desenvolvimento”.

Amanda Gurgel repete Nísia Floresta que repetiu Gonçalves Dias. Me chega Carlos Drummond de Andrade e sussurra pelo corredor: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.”
Fonte:   JORNAL DE WM
            Tribuna do Norte

sexta-feira, 20 de maio de 2011

DO SONHO PROFISSIONAL Á REALIDADE DA SALA DE AULA



Amanda Gurgel é uma militante nata. A professora de Língua Portuguesa que chamou a atenção do país inteiro depois que o seu discurso em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado foi publicado no Youtube, já foi dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo nas primeiras assembléias do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN) das quais participou, assumiu a postura de oposição e no ano passado se filiou ao Partido Socialista do Trabalhadores Unificado (PSTU). Aos 29 anos, Amanda leva uma vida simples como a maioria dos professores do país: sai de casa às 5h50 e só retorna às 23h, pega três ônibus para chegar ao trabalho, estuda à noite, e tem pouco tempo e dinheiro para lazer.


Depoimento feito pela docente na Assembleia retrata "situação-limite" da categoria Foto:Fábio Cortez/DN/D.A Press
Aos quatro anos perdeu os pais em um acidente de carro e foi morar no interior da Bahia com parentes. Voltou para Natal para cursar a faculdade de Letras na UFRN. Morou na residênciauniversitária e trabalhou durante todo o curso para se manter. Amanda é professora desde os 21 anos. O primeiro trabalho foi no cursinho pré-vestibular do DCE, fase que ela descreve como a melhor da sua carreira. "Era um projeto social e é uma experiência diferente, o perfil dessas turmas é de pessoas realmente interessadas e que estão em um nível de leitura e escrita que você consegue desenvolver um bom trabalho".

Segundo ela, o grande choque com a educação veio quando assumiu uma turma do 6º ano em uma escola municipal de Natal. "A minha maior frustração foi quando entrei na sala de aula para o nível fundamental, em 2005. Eu vi que os alunos do sexto ano não tinham a menor proficiência para estar nessa série, eram alunos analfabetos", recorda.

O sonho de ser professora nasceu no cursinho pré-vestibular. Amanda admirava as aulas da professora Claudina e sonhava em ser como ela. "Ela era uma professora indescritível. Eu olhava para ela e pensava 'é isso que eu quero fazer na minha vida'. Então me tornei professora", contou. Mas e hoje, o que aconteceu com esse sonho? "Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", disse. A desmotivação vem, segundo ela, dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e do analfabetismo dos alunos.

A vida corrida, o desgaste diário e a desvalorização da profissão, renderam a Amanda um problema de saúde que ela prefere não revelar, mas que foi responsável por seu afastamento da sala de aula. Hoje, trabalhando na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo e na Escola Estadual Miriam Coelli, ela atua na biblioteca e no laboratório de informática. "Estou em fase de readaptação de função, fora da sala de aula. Assim como eu, existem muitos professores com problemas de saúde em decorrência do nosso trabalho", afirmou.

+ Mais
Repercussão inesperada

Discurso já teve mais de 120 mil acessos
Fonte:  Diário de Natal

domingo, 8 de maio de 2011

HOMENAGEM AS MÃES NO SEU DIA


.           foto de minha querida Mãe, DORALICE QUERIOZ ALVES - DÉCADA DE 1930.

                                                        JADSON QUEIROZ

Quem é essa mulher,
que o seu amor
trascende ao infinito
que por nós, suporta tamanha dôr?

Que é essa mulher,
que nos proteje com carinhos
que nos ama desde o seu ventre
que prepara todos os nossos caminhos?

Quem é essa mulher,
que embala a nós com emoção
que chora e sorrir, com tudo que fazemos
e que por nós nutre grande paixão.

Quem é essa mulher,
que chora ao berço ao canto
quando percebe que estamos febril
e tenta nos confortar com o seu acalanto?

Que é essa mulher,
que nos acorda com muitos afagos
nos arruma e nos leva prá escola
e abre para nós, o seu sorisso largo.

Que é essa mulher,
que nos leva à Igreja e à Praça
e brinca, pula e grita,
Que chora e nos abraça?

Que é essa mulher,
que reza por nós com devoção...
que nos espera à noite toda
ansiosa, com mêdo e aflição?

Quem é essa mulher,
que hoje, idosa e cansada
brinca com seus netos
com alegria e chora calada?

Quem é essa mulher,
que precisa da nossa compreensão,
do nosso respeito, do nosso amor
e acima de tudo, da nossa devoção?

Quem é afinal, essa mulher?
É nossa mãe querida!!!
Mãe imaculada e pura...
Te amamos mãe, por toda a vida!







MORRE O MÉDICO IVANILTON GALHARDO


Dr.Ivanilton Galhardo- Faleceu no dia 02 de maio,segunda-feira, no Hospital do Coração. Dr. Ivanilto deixou um grande exemplo de humanidade, fazendo doação de orgãose salvando vidas, mesmo depois de sua morte, o que sempre fez em
vida. O seu corpo foi velado no Centro São José e o seu sepultamento no cemitério do alecrim.


              Dr. Ivanilton, era Neurologista dos mais renomados do Estado. Médico, Professor, Escritor e Poeta. Abaixo uma
entrevista com Ivanilton no Programa Xeque-Mate, na  Tv. Universitária, no dia 26 de abril de 2008, e reapresentada   no
dia 02 de maio de 2011, em sua homenagem, no dia do seu falecimento.

 
 
 
 

sábado, 26 de abril de 2008

Xeque-mate recebe Ivanilton Galhardo; médico e poeta

foto por Jamaika Lima

O programa Xeque-Mate exibirá no dia 02 de maio a entrevista realizada com o médico, professor, escritor e poeta Ivanilton Galhardo.
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No programa foram abordados assuntos diversos, como as dificuldades enfrentadas pelo professor quando decidiu seguir a medicina. Ele contou porque desistiu do curso de direito e porque sua família queria que ele fizesse odontologia. Falou sobre sua trajetória no comércio, onde trabalhou para se sustentar enquanto estudava. E também do período em que lecionou no colégio Ateneu.
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O professor conta porque escolheu a neurologia e conta como conseguiu estudar, já que na época, ainda não existia essa especialização aqui no estado. Ivanilton fez ainda uma análise sobre o trabalho infantil e a sua própria vida, visto que sempre trabalhou desde a adolescência.
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foto por Jamaika Lima

foto por Jamaika Lima

Os avanços na medicina, como as novas tecnologias e os aparelhos ultramodernos foram assuntos discutidos na entrevista. Um outro ponto abordado foi o atendimento médico. Além disso, a questão da valorização do profissional médico.
Ivanilton apresentou seus livros de medicina e de poesia também. Além do CD onde há uma composição sua.

foto por Jamaika Lima
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Não perca essa entrevista e descubra porque Ivanilton Galhardo afirmou: “Sou tarado em cérebro!”

Fonte:  GOOGLE